A letra fala da burguesia corrompendo os políticos e usando as Forças Armadas contra o povo brasileiro. Fala, também, da mídia burguesa reacionária que finge estar do lado do povo, mas, que na verdade, é a burguesia também. Leia sobre a burguesia e sua mídia clicando aqui e aqui.
Na virada do século - Alvorada voraz
Nos aguardam exércitos que nos guardam da paz
Que paz?
Séculos passam, séculos começam e a exploração do homem pelo homem continua do mesmo jeito que sempre. A voracidade pela grana se dá através de negociatas da parceria entre o corruptor (burguês) e o corrompido (político) nas três instituições do país (executivo, legislativo e judiciário), representado, na letra, pela residência oficial do presidente da república, o Palácio da Alvorada em Brasília. Exércitos, no plural, significa toda a estrutura montada pela burguesia (políticos, juristas e as Forças Armadas) para explorar o povo, nessa guerra diária entre o explorador e o explorado.
A face do mal, um grito de horror, um fato normal, um êxtase de dor
E medo de tudo, medo do nada, medo da vida, assim engatilhada
A face do mal impera nos três poderes enquanto um grito de horror está engasgado na garganta das pessoas de bem. Cada novo escândalo de corrupção que surge se torna um fato normal, corriqueiro, passou a fazer parte do dia a dia nos noticiários, mais um, menos um, tanto faz. Porém, isso só causa dor nas pessoas de bem que se acovardam dentro de suas casas e não lutam para mudar o país por medo da vida e medo de tudo, já que a bandidagem não tem medo de nada e praticam seus crimes usando, inclusive, de assassinatos (engatilhar).
Fardas e força forjam as armações
Farsas e jogos, Armas de fogo
Um corte exposto em seu rosto amor
A burguesia, sempre que se fizer necessário, aciona as Forças Armadas (Fardas e Força). Forjaram a armação do golpe de estado militar contra o povo. Os militares protegeram os interesses burgueses durante a ditadura. Tanto é que a burguesia, em nenhum momento, foi prejudicada pelo golpe de 1.964, muito pelo contrário, continuaram vivendo no bem bom, acumulando bens e riquezas, com o apoio dos Estados Unidos e da ONU que, em nenhum momento, impuseram embargo nem sanções econômicas contra os militares, nem invadiram o Brasil (como fizeram com o Iraque) para matar o presidente ditador militar e reaver a democracia outrora derrubada pelos militares com o apoio dos Estados Unidos. A última frase faz referencia as torturas nos porões da ditadura. Leia sobre o golpe de 64 patrocinado pela burguesia internacional clicando aqui.
E eu nesse mundo assim vendo esse filme passar
Assistindo ao fim vendo o meu tempo passar
Os anos, as décadas, os séculos passando e ter que ficar assistindo a tudo isso sem poder fazer nada.
Apocaliticamente, como num clip de ação
Um click seco, um revólver aponta em meu coração
Mais uma referência ao período da ditadura, onde os militares, fantoches da burguesia, brigavam de gato e rato contra os revolucionários comunistas parecendo um filme de ação policial.
O caso Sudam, Maluf, Lalau, Barbalho, Sarney
E quem paga o jornal é a propaganda
Pois nesse país é o dinheiro que manda
O caso Sudam foi o maior escândalo de corrupção do governo FHC e, juntamente com os políticos Paulo Maluf, Jarder Barbalho e José Sarney, além do juíz Nicolau dos Santos Neto, conhecido como Lalau, foram as manchetes de corrupção da época que a música foi escrita. A frase "quem paga o jornal é a propaganda" significa que a mídia (representada pela palavra "jornal") é sustentada pela propaganda que é veiculada pela burguesia (banqueiros e os empresários), portanto, a mídia (que também é controlada por burgueses) vai defender os interesses da burguesia e não do povo. Sendo assim, o circo de cartas marcadas está armado para a burguesia, juntamente com seus políticos e juristas títeres, roubarem o dinheiro dos impostos que deveria voltar para o povo (saúde, educação, moradia).
Juram que não corrompem ninguém
Agem assim pro seu próprio bem
São tão legais, foras da lei
Pensam que sabem de tudo
O que eu não sei, eu sei
Podemos até saber de tudo, também, mas do que adianta saber? Ditadura da Burguesia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário