Cazuza - O Tempo não Pára
Esta música retrata o rico e o pobre, representado por um burguês poderoso e influente na política e um traficante mal sucedido.
Disparo contra o sol
Sou forte, sou por acaso
Minha metralhadora cheia de mágoas
Eu sou um cara
Cansado de correr
Na direção contrária
Sem pódio de chegada ou beijo de namorada
Eu sou mais um cara
O traficante, em um dia de fúria, defere uns tiros em direção ao sol para aliviar sua mágoa e ira contra o sistema, que abandona o pobre a sua própria sorte, e contra sua vida miserável e sem futuro. Ele se acha forte, mas não é, ele é por acaso, como a maioria das crianças que nascem nas favelas, sem planejamento familiar e sem pai e/ou sem mãe e/ou órfão. Ele é um nada, um cara. Cansado de tentar ser alguma coisa e não conseguir nada (pódio), nem ao menos uma namorada, pois quem vai querer namorar um cara sem futuro.
Mas se você achar
Que eu tô derrotado
Saiba que ainda estão rolando os dados
Porque o tempo, o tempo não pára
“Você” se refere ao burguês, que menospreza o pobre e a pobreza, porém, um dia, o pobre e a pobreza podem cruzar (rolando os dados) o caminho do burguês, num assalto, por exemplo, e aí traçar um destino trágico para o burguês.
Dias sim, dias não
Eu vou sobrevivendo sem um arranhão
Da caridade de quem me detesta
Aqui ele faz uma referência às filantropias, ou pilantropias, da burguesia que detesta pobre e que usa da tática do “doar para não me roubar”, alienando os pobres para que não façam uma revolução.
A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas ideias não correspondem aos fatos
O tempo não pára
O burguês está cercado de pessoas interesseiras (falsidades), as vezes até a própria mulher, que só querem sua grana. Ele vende a ideia de ser uma pessoa preocupada com a sociedade para fazer o falso papel do “bom mocinho” e ganhar credibilidade perante todos, mas, na verdade, patrocina políticos corruptos para ganhar vantagens para suas empresas.
Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não para
Não para, não, não pára
Mudar para não mudar. Sugere que por mais que as coisas mudem mais elas permanecem as mesmas.
Eu não tenho data pra comemorar
Às vezes os meus dias são de par em par
Procurando agulha num palheiro
Aqui se refere novamente à falta de futuro do pobre. Sozinho no mundo, não há o que comemorar. Agulha é um norte, um sentido para a vida, num sistema que não oferece oportunidades reais de ter uma vida digna, com emprego, saúde e educação dignos.
Nas noites de frio é melhor nem nascer
Nas de calor, se escolhe: é matar ou morrer
E assim nos tornamos brasileiros
No barraco, o frio passa pelas frestas das madeiras, falta roupas de inverno e cobertores. No calor é sair as ruas para roubar.
Te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro
Transformam o país inteiro num puteiro
Pois assim se ganha mais dinheiro
Aqui ele se coloca de corpo e alma, no lugar do pobre. Puteiro, onde a grande maioria dos políticos são corruptos e tiveram suas campanhas financiadas pelos burgueses, e, em vez de representarem a maioria, o povo, representam uma minoria, os burgueses (bancadas dos banqueiros, empresários, latifundiários, mídia) e assim, os cofres públicos vão para essa quadrilha de bandidos (burguesia e seus políticos títeres).
“O Tempo não Pára” se refere que, por mais dinheiro que alguém tenha, ninguém consegue parar o tempo ou retornar no tempo, sendo assim, todos somos reféns uns dos outros.
Leia a matéria "Imposto, Pilantropia e Robin Hood" e entenda que Robin Hood e Ladrão são a mesma coisa, clicando aqui.
“O Tempo não Pára” se refere que, por mais dinheiro que alguém tenha, ninguém consegue parar o tempo ou retornar no tempo, sendo assim, todos somos reféns uns dos outros.
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